26/09/2012

Adoção de mistura E10 na África do Sul

Esse é mais um passo para a “commoditização” do etanol

Com a introdução da mistura de 10% de etanol à gasolina (E10), a África do Sul, o maior consumidor de energia dentre as 53 nações africanas, passa a integrar o grupo de 30 países no mundo que discutem ou promovem o uso de energias renováveis no setor de transportes, além de somar esforços para tornar o combustível renovável um produto livremente comercializável no mercado mundial. Anunciada no dia 23 de agosto, a medida deverá ser cumprida em todo o território sul-africano até o início de dezembro deste ano, seguindo exemplos de políticas semelhantes já adotadas por países como Moçambique (E10), Angola (E10), Sudão (E5) e Etiópia (E5).

Na opinião do diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, "o surgimento de programas regionais apoiados em políticas públicas, como o que acaba de ser criado na África do Sul, é fundamental para tornar o etanol uma commodity. Somente regras claras e de longo prazo podem dar estabilidade aos mercados, garantindo investimentos e, consequentemente, ganhos de escala na produção e consumo do biocombustível."

Sousa lembra que é grande o potencial do continente africano para produzir o etanol a partir da cana-de-açúcar, considerado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, em inglês) o mais eficiente em termos de redução de gases de efeito estufa (GEEs) - emite 90% menos dióxido de carbono (CO2) se comparado à gasolina. "Existem na África condições agroclimáticas bastante adequadas para a cultura canavieira, muito semelhantes às encontradas nas regiões mais produtivas brasileiras e do mundo. O desenvolvimento tecnológico, tanto no campo como no parque industrial, daria enorme vantagem competitiva à África," observa Sousa.

Dados publicados no estudo Global Agro-Ecological Zones Assessment: Methodology and Results confirmam os argumentos de Sousa. Segundo o trabalho do pesquisador austríaco Günther Fischer, ligado ao Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados (IIASA, em inglês) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o potencial de área agricultável para a produção de cana no continente africano é de 81 milhões de hectares (ha), quase dez vezes a área total utilizada no Brasil para a cultura atualmente. Sousa destaca que a UNICA recebe anualmente diversas delegações da África interessadas em conhecer de perto a experiência bem sucedida do Brasil. Ele acrescenta: "na esteira da indústria africana de biocombustíveis, beneficiam-se também as empresas brasileiras, que poderão exportar, além do conhecimento sobre a cana, máquinas e equipamentos."

Raio X

Na África do Sul, a indústria sucroenergética esmaga anualmente 20 milhões de toneladas de cana, utilizadas principalmente na produção de açúcar. O volume total produzido supera o dobro do consumo doméstico e o excedente é exportado, situação inversa da que ocorre com o etanol, que tem demanda interna superior à oferta.

Segundo dados da empresa Boabab Energy, responsável pela construção da maior usina de etanol de toda a África, localizada no Zimbábue, o mercado sul-africano consome anualmente mais de 760 milhões de litros de etanol. Entretanto, de acordo com informações da "Ethanol Producers Association of South Africa" (ETHPASA), maior entidade representativa do setor naquele país, a produção anual do produto atinge aproximadamente 400 milhões de litros. O restante é importado de outros países, sendo o Zimbábue o principal fornecedor.

Projeções apontam para uma produção de um bilhão de litros do biocombustível por ano na África do Sul até o final da próxima década, ainda segundo a Boabab Energy. Atualmente, cinco usinas estão em operação no país, onde a produção de etanol teve início na década de 1920. Segundo a embaixada sul-africana em Brasília, o segmento sucroenergético gera 137 mil postos de trabalho diretos e 110 mil indiretos, correspondente a 11% dos empregos rurais naquele país.

Um documento elaborado em 2007 pelo governo da África do Sul, chamado "Estratégia Industrial para Biocombustíveis," estabelece como matérias-primas prioritárias para a fabricação de combustíveis renováveis (etanol e biodiesel) a cana, beterraba sacarina, óleos de girassol, canola e soja. Pinhão-manso e milho são proibidos por conta de preocupações com a segurança alimentar.

Com a introdução da mistura de 10% de etanol à gasolina (E10), a África do Sul, o maior consumidor de energia dentre as 53 nações africanas, passa a integrar o grupo de 30 países no mundo que discutem ou promovem o uso de energias renováveis no setor de transportes, além de somar esforços para tornar o combustível renovável um produto livremente comercializável no mercado mundial. Anunciada no dia 23 de agosto, a medida deverá ser cumprida em todo o território sul-africano até o início de dezembro deste ano, seguindo exemplos de políticas semelhantes já adotadas por países como Moçambique (E10), Angola (E10), Sudão (E5) e Etiópia (E5).

Na opinião do diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, "o surgimento de programas regionais apoiados em políticas públicas, como o que acaba de ser criado na África do Sul, é fundamental para tornar o etanol uma commodity. Somente regras claras e de longo prazo podem dar estabilidade aos mercados, garantindo investimentos e, consequentemente, ganhos de escala na produção e consumo do biocombustível."

Sousa lembra que é grande o potencial do continente africano para produzir o etanol a partir da cana-de-açúcar, considerado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, em inglês) o mais eficiente em termos de redução de gases de efeito estufa (GEEs) - emite 90% menos dióxido de carbono (CO2) se comparado à gasolina. "Existem na África condições agroclimáticas bastante adequadas para a cultura canavieira, muito semelhantes às encontradas nas regiões mais produtivas brasileiras e do mundo. O desenvolvimento tecnológico, tanto no campo como no parque industrial, daria enorme vantagem competitiva à África," observa Sousa.

Dados publicados no estudo Global Agro-Ecological Zones Assessment: Methodology and Results confirmam os argumentos de Sousa. Segundo o trabalho do pesquisador austríaco Günther Fischer, ligado ao Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados (IIASA, em inglês) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o potencial de área agricultável para a produção de cana no continente africano é de 81 milhões de hectares (ha), quase dez vezes a área total utilizada no Brasil para a cultura atualmente. Sousa destaca que a UNICA recebe anualmente diversas delegações da África interessadas em conhecer de perto a experiência bem sucedida do Brasil. Ele acrescenta: "na esteira da indústria africana de biocombustíveis, beneficiam-se também as empresas brasileiras, que poderão exportar, além do conhecimento sobre a cana, máquinas e equipamentos."

Raio X

Na África do Sul, a indústria sucroenergética esmaga anualmente 20 milhões de toneladas de cana, utilizadas principalmente na produção de açúcar. O volume total produzido supera o dobro do consumo doméstico e o excedente é exportado, situação inversa da que ocorre com o etanol, que tem demanda interna superior à oferta.

Segundo dados da empresa Boabab Energy, responsável pela construção da maior usina de etanol de toda a África, localizada no Zimbábue, o mercado sul-africano consome anualmente mais de 760 milhões de litros de etanol. Entretanto, de acordo com informações da "Ethanol Producers Association of South Africa" (ETHPASA), maior entidade representativa do setor naquele país, a produção anual do produto atinge aproximadamente 400 milhões de litros. O restante é importado de outros países, sendo o Zimbábue o principal fornecedor.

Projeções apontam para uma produção de um bilhão de litros do biocombustível por ano na África do Sul até o final da próxima década, ainda segundo a Boabab Energy. Atualmente, cinco usinas estão em operação no país, onde a produção de etanol teve início na década de 1920. Segundo a embaixada sul-africana em Brasília, o segmento sucroenergético gera 137 mil postos de trabalho diretos e 110 mil indiretos, correspondente a 11% dos empregos rurais naquele país.

Um documento elaborado em 2007 pelo governo da África do Sul, chamado "Estratégia Industrial para Biocombustíveis," estabelece como matérias-primas prioritárias para a fabricação de combustíveis renováveis (etanol e biodiesel) a cana, beterraba sacarina, óleos de girassol, canola e soja. Pinhão-manso e milho são proibidos por conta de preocupações com a segurança alimentar.

 

Fonte: unica

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