13/03/2015

Usina Batatais anuncia o início da moagem deste ano

 Em meio ao cenário de crise, o setor sucroenergético ganha um ‘respiro’ com o aumento do preço da gasolina e da mistura do etanol anidro no combustível. E a usina Batatais é a primeira a dar início à safra 2015/2016 na região e seus números prometem movimentar a economia local.

Com o anúncio oficial feito ontem, a usina estima moer 3,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma redução de 5% em relação à última safra, em que foram moídas 4,1 milhões de toneladas.

"Essa queda reflete os problemas climáticos e a crise que o setor vem atravessando, em que cerca de 70 usinas já foram fechadas", afirma Bernardo Biagi, presidente da Usina Batatais, que conta com quase 2 mil colaboradores.

Segundo ele, o longo período de estiagem e as altas temperaturas afetaram diretamente a produtividade do canavial e comprometeram as perspectivas em manter os números da safra 2014/2015.

Na filial, em Lins, a expectativa é de moer 2,25 milhões de toneladas, uma redução de 1% à safra passada. Para o grupo, a queda chega a 3%, totalizando 6,1 milhões de toneladas.

A previsão é que, no grupo, o mix de produção seja de 42% de açúcar e 58% de etanol. "As empresas têm de fazer a conta do que vai dar uma produtividade melhor e maior retorno", frisa Biagi.

Com 99% da colheita mecanizada, a previsão de término desta safra é em 15 de dezembro, um total de 282 dias. Segundo a União Nacional da Indústria de Cana (Unica), a maioria das unidades começa a safra no mês que vem e a estimativa de produção será divulgada no final de abril.

Crise
Biagi diz que para sobreviver nos últimos anos, as usinas se endividaram. Mas, a Batatais está em uma situação boa diante o cenário atual. "No setor, todo mundo regrediu. Não temos percalços com bancos, mas não faremos grandes investimentos", conta.

Medidas darão novo fôlego ao setor
Enquanto uns falam em otimismo para o setor sucroenergético após as medidas tomadas pelo governo quanto a gasolina, Bernardo Biagi pondera: "É só um respiro".

Para ele, as usinas que conseguirem sobreviver a esta safra terão uma grande vitória. "Não vejo um ambiente de progresso tão cedo", afirma.

O presidente da usina Batatais, por sua vez, não menospreza as mudanças.

"Todo benefício é bem- -vindo. Porém, o estrago tinha sido muito grande. Melhora, mas não reverte a situação", diz. "É uma medida muito bem-vinda, mas que não tem o poder de reverter para um cenário otimista. Se for pensar em uma retomada, é somente um passo que demos. O que não se pode é confundir a medida como uma solução", conclui.

Projeto ajuda a aumentar produtividade
Hoje, também na região, no município de Guariba, o do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, lança projeto inédito para aumentar a produtividade nos canaviais de pequenos produtores.

A ação envolve a transferência do chamado Kit de Pré-Brotação de Mudas, composto por quatro modernas variedades desenvolvidas pelo IAC, somado a um conjunto de ferramentas e ao treinamento dos produtores, durante 24 meses. A atividade é uma parceria com a Coplana (Cooperativa Agroindustrial) e a Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba), que irão selecionar oito canavicultores para receberem o treinamento.

"Elaboramos cada passo com base no conhecimento que temos do universo do setor sucroenergético e, sobretudo, cientes das realidades nas grandes estruturas e nas pequenas propriedades", diz Marcos Landell, líder do Programa Cana IAC.

O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, participará do evento hoje.

Jornal A Cidade

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