As incertezas sobre as condições climáticas e a produção de açúcar na Ásia pressionaram os preços da commodity que fechou a sexta-feira (22) em alta nos mercados internacionais. A semana foi de poucos negócios e uma estabilidade de preços que impressionou até os mais acostumados com a volatilidade deste mercado.
Os contratos do açúcar em Nova York fecharam em alta de apenas três pontos no vencimento outubro/16, na sexta passada, cotados a 19,59 centavos de dólar por libra-peso. As demais telas também subiram de forma modesta, com valorização entre dois e oito pontos, apenas.
Já em Londres os negócios fecharam em baixa na primeira tela, de outubro/16 e pequena alta nos demais vencimentos. Os contratos para outubro/16, foram comercializados a US$ 537,80 a tonelada, queda de 1,90 dólar no comparativo com a véspera. A tela de dezembro/16 subiu 10 cents na tonelada e as demais valorizaram entre 30 cents e 1,20 dólar.
Segundo Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, "as férias de verão no hemisfério Norte e o recesso escolar no Brasil são os ingredientes perfeitos para compor um mercado bastante quieto e sem nenhuma notícia que anime aos analistas olhar por cima dos óculos. Por isso, o mercado futuro de açúcar em NY fechou praticamente inalterado na semana. O vencimento outubro/2016 encerrou a sexta-feira cotado a 19.59 centavos de dólar por libra-peso com anêmicos 2 pontos de variação em relação à sexta anterior".
"O mercado físico de exportação está inerte enquanto os spreads no mercado futuro não dão a menor sinalização de que exista, por enquanto, qualquer preocupação com a disponibilidade de açúcar do Centro-Sul. A manutenção da enorme posição comprada dos fundos, que liquidaram apenas 12.000 lotes na semana, num mercado que parece estar se consolidando, é uma verdadeira incógnita. Há algumas conjecturas", destacou Corrêa.
O economista da Archer explica ainda que "a queda do preço do barril do petróleo no mercado internacional não é uma notícia animadora para o setor sucroalcooleiro. O barril, após negociar no início de junho no preço mais alto desde novembro do ano passado, quando atingiu 52 dólares, despenca e negocia a 44 dólares por barril. Esse valor, se projetado para os próximos meses e considerando ainda que o real deve se apreciar em relação ao dólar com a saída definitiva da presidente Dilma Roussef, projeta o litro da gasolina C (contendo 27% de anidro) para o consumidor em R$ 2.8250 por litro e o hidratado para R$ 1.9800. Ou seja, com esse valor, teremos uma produção de açúcar quase no limite da capacidade de cristalização do Centro-Sul".
Mercado doméstico
Os preços do açúcar no mercado interno brasileiro fecharam em alta na última sexta-feira, segundo apurou o Cepea/Esalq, da USP. Os negócios foram firmados em R$ 86,78 a saca de 50 quilos do tipo cristal, alta de 0,21% no comparativo com a véspera.
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