06/09/2021

Futuros do açúcar encerram a semana em baixa nas bolsas internacionais

Os contratos futuros do açúcar terminaram a semana em baixa nas bolsas internacionais. Segundo operadores ouvidos pela Reuters, o açúcar está se consolidando após atingir uma máxima de quatro anos e meio no mês passado, chamando atenção para a demanda fraca conforme indicado pelos contratos "spot" tanto do açúcar bruto quanto do branco, negociados com um grande desconto para os vencimentos mais distantes.


Em Nova York, na ICE, o açúcar bruto recuou 28 pontos no vencimento outubro/21, negociado em 19,62 centavos de dólar por libra-peso na última sexta-feira (3). Já a tela março/22 recuou 30 pontos, firmada em 20,32 cts/lb. Os demais lotes caíram entre 13 e 25 pontos. Na semana, o contrato outubro/21 desvalorizou 2%.

Açúcar branco

Em Londres a sexta-feira também foi marcada por queda em quase todos os lotes do açúcar branco, com exceção para o vencimento março/23 que subiu 3,90 dólares. A tela outubro/21 foi comercializada a US$ 485,10 a tonelada, recuo de 3,80 dólares, ou 0,8%, no comparativo com os preços de quinta-feira. Os demais contratos caíram entre 90 cents e 4 dólares.

Ainda segundo a Reuters, operadores disseram que o adoçante ainda possui um viés altista, com forte consenso de que o mercado irá ver um déficit na próxima temporada (2021/22) devido à queda de produção no Brasil.

Açúcar cristal

A sexta-feira foi de alta nas cotações do açúcar cristal medidas pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP. A saca de 50 quilos foi negociada a R$ 138,01, contra R$ 137,83 da véspera, recuo de 0,13% no comparativo.

Análise

Para Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, do final de julho até o fechamento de sexta-feira, a média de valorização das cotações correspondentes aos contratos da 21/22 foi de 39 dólares por tonelada, ao mesmo tempo que a média de valorização para 22/23 foi de 52 dólares por tonelada. "O mercado em um mês acelerou a compra/proteção da 22/23 refletindo a preocupação em relação à próxima safra tendo em vista o desempenho muito aquém do esperado para esta safra corrente devido ao clima adverso".

Muito se fala em "morte súbita" para a moagem da cana, uma situação em que a moagem para porque não existe mais matéria prima disponível. Uma safra de 520 milhões de toneladas de cana já parece não assustar. Quem continuou com a política de hedge fixando preços para a 22/23 em reais por tonelada e comprando calls (opções de compra) fora do dinheiro, 150 pontos acima, está se dando bem, pois no final de julho a média das cotações estava 16.25 centavos de dólar por libra-peso e na sexta a média era de 19 centavos de dólar por libra-peso!! 275 pontos de ganho, afirmou o analista em seu artigo semanal.
 
 

Fonte: Rogério Mian, Agência UDOP de Notícias

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